Não se permita, na medida do possível, realizar qualquer coisa sem o coração. Nem imaginar, pois imaginar é apenas outra forma de realizar. O coração não é apenas um órgão físico. Além de incansável mantenedor da vida, além de seu pulsar constante, há uma misteriosa força gerida por ele que convalida nossos atos, gestos e pensamentos. Conhecemos o resultado dessa força pelo nome de sinceridade.
Um ato ou um caminho com coração possui um brilho singular que nos cativa e nos encanta e, embora não entendamos tal mistério, o encantamento acontece. Impossível resistir-lhe. O coração é guardião de nosso mundo interior. À sua volta, circula, em turbilhão, uma impressionante energia. É a vida, como jamais a vimos, que segue criando e criando...
Estivemos muito próximos dessa magia na infância, mas nosso condicionamento afastou-nos de tal beleza. Algo perversamente necessário para que pudéssemos possuir defesas no mundo externo. Mas agora não é mais necessário negar o poder de conhecer a essência da vida que o coração tem guardado, durante tanto tempo, à espera do nosso despertar. Agora podemos saber. Deixemos de ser sonâmbulos, reatemos nosso diálogo com o coração. Isto não é apenas figura de linguagem dos poetas. É um fato. Um poder latente, guardado até o nosso amadurecimento, que Deus resolveu esconder em nosso coração.
Olhe com o coração. E o seu olhar poderá penetrar os segredos mais insólitos, a verdade, tão difícil de se ver por ser óbvia demais. Afastamo-nos do simples, mas o coração poderá nos levar de volta. Podemos voltar a ver o que é e não mais, apenas, o que parece ser. Fale com o coração. E suas palavras marcarão mais do que milhares de palavras marteladas na mídia para condicionar os incautos. Sua voz acordará as pessoas para a realidade, livrando-as da ilusão. Não se permita mais viver sem coração!